quinta-feira, julho 29, 2010


SAIDA PARA CRISES DE IDENTIDADE PASTORAIS


A grande saida é a formação de uma igreja de vida comunitária compartilhada. Uma igreja assim, leva as pessoas a viver em um nível profundo de relacionamento e leva os pastores a uma vida mais aberta e de maior comunhão com as pessoas.
Em uma igreja de relacionamentos até o pastor é ministrado em suas maiores necessidades.
A igreja de relacionamentos é rica em compartilhar vida, afetos, cuidado e ternura. O pastor de uma igreja assim, é automaticamente beneficiado e dificilmente enfrentará uma crise de identidade.
A hipocrisia é a causa do adoecimento da maioria das igrejas, pois as pessoas só podem confessar suas falhas, fracassos e pecados em segredo. A exposição da vida das pessoas leva a fofocas, discriminação, rejeiçao e humilhações. Não deveria ser assim. A vida na igreja deveria ser transparente, com todos sabendo tudo sobre todos. Nada deveria ser escondido. Os erros, fracassos e pecados deveriam ser do conhecimento de todos, e a igreja trataria disso de forma biblica e agiria para a cura das pessoas. Que pastor teria a coragem de fazer isso? A hipocrisia e a falta da comunhão biblica adoece a igreja e adoece o pastor.

sexta-feira, julho 16, 2010




SANTOS EVANGÉLICOS E SANTOS DO EVANGELHO

Evangélico não adora santos, e inclusive tem medo de santos. Falo de imagens, claro. É bíblico não adorar imagens e é bíblico também não crer em santos.
Inegável, porém, é que mesmo que não creiam em santos, muitos evangélicos se achem santos. Tem sim, o "santo evangélico". O que poucos querem ser é "santos segundo o Evangelho".
A diferença?

O "santo evangélico" é aquele que se acha menos pecador do que os outros.

O "santo do Evangelho" é aquele que sabe ser mais pecador do que os outros.

quarta-feira, julho 14, 2010

PROIBIÇÕES

O ESTADO QUE PROIBE, CRITICADO PELA IGREJA QUE PROIBE MAIS AINDA.


A respeito da nova Lei sobre maus tratos às crianças, tenho ouvido de pastores que o Estado não deveria interferir na vida das pessoas, nem proibir nada.
Acho estranho, porque os pastores são os campeões da proibição e da punição. Não sei de onde tiraram esta autoridade, mas usam e abusam de autoridade.
Acho que ninguém deveria ser proibido de nada. A igreja não deveria proibir, mas ensinar o caminho certo. A igreja pune, porque não tem capacidade de ensinar a Palavra. Quem não tem capacidade de convencer, impõe sua verdade. Quem não tem capacidade de ensinar e convencer as pessoas da verdade pelo ensino da Palavra, dita suas ordens. Santa ignorância.

sábado, julho 10, 2010

CRISTIANISMO SIMPLES - 2



JESUS PARTICIPOU DE UM CULTO EVANGÉLICO

É, foi bem assim que aconteceu: Jesus, ele mesmo, o Senhor,resolveu participar de um culto evangélico (qualquer um) e ficou escandalizado.
Ao chegar viu um templo, com um letreiro na frente – Igreja Certa do Cristo Verdadeiro. Ele pensou: Não era para ser assim, mas tudo bem, quem sabe eles apenas precisam do templo, mas não precisavam chamar de “igreja”.
Ao entrar viu que o cumprimentavam – A paz do Senhor, irmão – Achou meio estranho, formal, como uma saudação ritualística e obrigatória, sem espontaneidade e como uma manifestação tipo – Está tudo em ordem na tua vida?
Ficou chocado ao ver que alguém subiu ao um lugar mais alto ( Perguntou para alguém ao lado, muito concentrado e descobriu que o lugar era chamado de púlpito, considerado um altar, um lugar muito sagrado, onde só os “mais santos” subiam – ficou cabreiro, mas tudo bem)e disse: Irmãos, vamos abrir este culto! Jesus então pensou: Abrir o culto? Ora essa, era só o que me faltava...
Pior ficou, quando a pessoa que conduzia o dito “culto” falou: Agora vamos ter um “momento de adoração”. Ele ficou a imaginar o que seria o tal “momento”. Quase chorou (de decepção) quando descobriu o que era.
Ficou triste quando chegou a hora dos dízimos e ofertas, principalmente com o discurso dramático para convencer “biblicamente” as pessoas sobre o “ser fiel” a Deus.
Conseguiu ficar e preparou-se para ouvir atentamente a pregação, pensando que ouviria o Evangelho, que frustração! Mais uma.
Decepcionado com o “culto” evangélico, pensou: Como complicaram aquilo que deveria ser simples. Como paganizaram aquilo que deveria ser evangélico. Como se desviaram e formalizaram aquilo que deveria ser espontâneo!

sábado, julho 03, 2010

CRISTIANISMO SIMPLES - 1

TEMPLO NÃO É IGREJA

O cristianismo oficial e institucional a muito observa mais tradições humanas do que os princípios do Novo Testamento. Se fossemos eliminar todas as práticas das igrejas hoje à luz da prática do Novo Testamento, é bem provável que pouca coisa seria aprovada como pratica bíblica.
A começar pelo culto, passando pela forma de pregação praticada pelos “pregadores” que mais parecem alucinados fanáticos gritando coisas desconexas. Depois temos o “louvor” que é descendente direto dos grupos de rock surgidos nos anos 50 e 60. O clero instituído, o sacerdócio dos ministros, as roupas exigidas, as leis de auto proteção, tudo não passa de uma absurda paganização da igreja.
O povo que vai ao templo é a igreja, não importa onde se reúna, pois onde a Palavra de Deus é lida e explicada em nome de Jesus, ali existe uma igreja, mesmo que não seja em um templo.
Por falar em templo, costuma-se chamar o templo de igreja o que semanticamente é uma aberração, pois a palavra “Igreja” vem do grego “Eclésia” que significa “assembléia”, “Reunião de pessoas” e nunca uma casa. Portanto, templo não é igreja. A igreja não é o templo.
Todo mundo sabe que os primeiros cristãos não tinham templos, não construíam templos e não santificavam templos. Os primeiros templos cristãos só foram ser construídos na época do “Bruxo” Constantino, por influência de sua mãe, a famosa “Santa Helena”. Constantino santificou e construiu templos, contrariando o próprio princípio do cristianismo. A conclusão é que a prática “pseudo cristã” de construir e santificar templos não faz parte do fundamento apostólico e não deveria fazer parte do cristianismo.
É muito comum ouvirmos de pastores e outros cristãos “testemunharem” de supostas “inspirações” para que se construa templos dessa ou daquela forma. Bobagem, pois uma das verdades mais elementares do cristianismo é: “O cristianismo não tem templos” a não ser o templo do Espírito que é o próprio cristão ou os cristãos reunidos. Não há terra santa para o cristão, a não ser os “pés santos” daqueles que pregam o Evangelho de Jesus.
Se quiserem construir salões, templos, catedrais que seja simplesmente para contextualização da igreja, mas não chamem tais construções de igreja, pois é uma contradição de termos.
Outra aberração do cristianismo evangélico é chamar um templo de CATEDRAL, pois muitos que assim fazem não sabem de onde vem o termo. Pois bem, vem de CATEDRA, que era a CADEIRA DO BISPO nas primeiras construções da igreja romana de Constantino.
Como muitos prédios iam sendo construídos, adaptados e consagrados, nas cidades maiores existia o templo principal, onde ficava o bispo. Naquele lugar existia uma grande cadeira vermelha, para fazer uma referência à própria cadeira do Imperador. Era o trono da autoridade. Esta cadeira era a cadeira do bispo e o templo onde havia tal cadeira era então a CATEDRAL. Lugar onde há a cadeira do bispo; a Catedra.
O cristianismo é simples, porém, na prática foi se paganizando aos poucos, prática por prática. Hoje, porém, quem falar isto pode ser considerado um herege, pois mesmo que digamos que somos bíblicos, há muita tradição sendo cultuada hoje.

domingo, fevereiro 21, 2010

A TRAGÉDIA PESSOAL DE BENNY HINN


Nunca me entusiasmei com Benny Hinn o famoso pregador de curas e prosperidade americano. Sempre achei sua performance exagerada e sua teologia muito controversa. A noticia que nos chega dos EUA é que sua esposa entrou com pedido de divórcio, alegando incompatibilidades irreconcilíaveis.
http://www.nytimes.com/aponline/2010/02/18/us/AP-US-Televangelist-Divorce.html?_

É preciso uma reflexão profunda sobre o que acontece na pregação do evangelho. Um pregador não pode ser seguido e avaliado por suas obras, seus grandes feitos. Não podemos disassociar os feitos da vida pessoal do pregador. A quem estamos seguindo? Grandes obras, como milagres são sinais de que uma pessoa é realmente um enviado, um "ungido"? Cada vez mais os cristãos precisam entender que não existem "grandes homens de Deus", nem "ungidos". O problema é que o pilar máximo da Reforma Protestante foi esquecido, a de que "Todo o seguidor de Jesus é um sacerdote". O conhecido conceito do "sacerdócio universal dos crentes". É preciso definitivamente proclamar que:

Todo cristão é um sacerdote.

Toda familia é sacerdotal, não só a família pastoral.

Todo crente é um ungido, não existem mais os "ungidos especiais". Por favor vamos abrir o Novo Testamento.

É preciso orar pelo casal Him, e sentir suas dores. E que aprendamos a lição. Na Igreja todos são iguais. Sentem as mesmas dores e são miseráveis pecadores iguais. E definitivamente, chega de seguir a "ungidos" sigamos o único que é digno: Jesus, o crucificado. Jesus, glorificado.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

SOBRE OS APOCALIPTICOS

No dia seguinte à tragédia do Haiti, o conhecido pastor americano Pat Robertson, deu o seu veredicto: "A tragédia é resultado de uma maldição, ocasionada por um pacto com o diabo.
( http://www.youtube.com/watch?v=59NCduEhkBM&feature=related).
Este é o problema dos chamados "evangélicos apocalipticos". Eles vêem o mundo como uma estrada cheia de sinais, onde cada sinal é uma evidência do fim. Estes indivíduos olham a vida com um binóculo curioso e julgador e a cada tragédia, a cada terremoto, enchentes e soterramentos, eles dizem: "aleluia! Jesus está voltando". Para eles o sentido da vida é analisar os sinais da vinda de Jesus e do fim do mundo. Nesta visão da vida (triste), dane-se a misericórdia, as perdas e as dores, o que realmente importa é que se está ruim é porque está bom. Nesta ótica, a cosciência ecológica e o cuidado pelo mundo não tem o minimo sentido. Esta, é, alíás a razão porque os americanos não estão nem aí para acordos sobre o clima. O ser humano não tem responsabilidade alguma sobre a preservação da vida, isto é tarefa de Deus. O ser humano não tem o que fazer, porque o fim vem de qualquer jeito. Triste visão.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Leitura


Estou lendo "Na Beleza dos Lírios" de John Updike, sobre um pastor presbiteriano que no inicio do século XX perde sua fé. Veja a força do texto: " Todo o seu contéudo metafísico havia se esvaído, fora a crueldade e a morte, as quais, sem a hipótese da existência de Deus, nada tinham de metafísico; eram apenas fatos, que um dia mergulhariam no nada" (pag. 17).


Leituras sempre são interessantes e lendo este livro sobre um homem de fé que de repente se vê sem Deus é uma reflexão e tanto. Quando a fé é provada ou ela se fortalece ou desaparece. Acho que a principal provação é a da mente, quando a razão é desafiada. A fé mais do que emocional precisa ser racional. Uma espiritualidade racional não procura aventuras, mas firma-se na interpretação razoável da Palavra.